Guia Definitivo da Análise Ergonômica do Trabalho (AET)

Saiba tudo sobre Análise Ergonômica do Trabalho: etapas, exigências da NR-17 e como evitar doenças ocupacionais com soluções técnicas.

Escrito por: Francine Panigassi
|
Revisado em: 14/05/2025
Compartilhar:

A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é um instrumento técnico e científico essencial para identificar, avaliar e propor melhorias nas condições de trabalho, com foco na saúde, segurança e produtividade dos trabalhadores. Baseada em preceitos da Ergonomia, a AET é exigida pela Norma Regulamentadora Nº 17 (NR-17) do Ministério Do Trabalho e Previdência do Brasil.

Neste guia definitivo, você encontrará tudo sobre a Análise Ergonômica do Trabalho: desde seus fundamentos teóricos até sua aplicação prática e exigências legais.


O Que é Análise Ergonômica do Trabalho?

A Análise Ergonômica do Trabalho é um estudo técnico que visa adaptar as condições laborais às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Ela considera os aspectos físicos, cognitivos, organizacionais e ambientais envolvidos na atividade profissional.

A AET não analisa apenas os postos de trabalho, mas também:

  • Tarefas efetivamente realizadas, e não apenas as prescritas.

  • Interações entre homem, máquina e ambiente.

  • Riscos biomecânicos, psicossociais e cognitivos.

  • Estrutura organizacional e dinâmica do trabalho.


Objetivos da Análise Ergonômica do Trabalho

A AET busca promover um ambiente mais seguro, eficiente e saudável. Seus principais objetivos são:

  • Reduzir doenças ocupacionais, como LER/DORT.

  • Aumentar a produtividade com conforto.

  • Evitar afastamentos e absenteísmo.

  • Melhorar a interação entre trabalhador e sistema produtivo.

  • Atender exigências legais, especialmente da NR-17.


Fundamentação Legal: AET e a NR-17

A NR-17 estabelece parâmetros mínimos para adaptação das condições de trabalho às características dos trabalhadores. Ela exige a realização da AET nas seguintes situações:

  • Sempre que forem identificados riscos à saúde do trabalhador.

  • Quando solicitada pelo auditor fiscal do trabalho.

  • Na implementação de novos processos produtivos.

A AET deve conter:

  • Análise das tarefas executadas.

  • Descrição do ambiente físico de trabalho.

  • Levantamento de riscos ergonômicos.

  • Propostas de melhorias e adaptações.


Etapas da Análise Ergonômica do Trabalho

A realização da Análise Ergonômica do Trabalho envolve diversas etapas metodológicas, que garantem precisão técnica e validade dos resultados.

1. Diagnóstico Inicial

Nessa fase, é feita uma imersão no ambiente de trabalho. São coletados dados iniciais sobre o processo, estrutura organizacional, postos de trabalho e indicadores de saúde dos colaboradores.

Ferramentas utilizadas:

  • Entrevistas com trabalhadores e gestores.

  • Questionários de avaliação ergonômica.

  • Checklists de conformidade com a NR-17.

2. Observação Direta e Filmagens

São observadas as tarefas reais executadas pelos trabalhadores. Essa etapa envolve registro em vídeo e fotos, análise da postura corporal, frequência de movimentos, esforços físicos e pausas.

3. Análise Técnica

Aplicam-se métodos quantitativos e qualitativos, como:

  • OWAS (Ovako Working Posture Analysis System)

  • RULA (Rapid Upper Limb Assessment)

  • NIOSH Lifting Equation

  • Checklists de ergonomia cognitiva e organizacional

4. Identificação de Riscos

A equipe técnica avalia:

  • Riscos biomecânicos (peso, repetição, postura).

  • Riscos organizacionais (carga mental, ritmo, controle).

  • Riscos ambientais (ruído, iluminação, temperatura).

  • Interfaces homem-máquina (painéis, comandos, alertas).

5. Elaboração do Relatório Técnico

O relatório da AET deve conter:

  • Caracterização da empresa e dos setores avaliados.

  • Mapas de risco ergonômico.

  • Registros fotográficos e esquemas dos postos.

  • Propostas corretivas e sugestões de melhorias.

  • Laudo técnico assinado por profissional capacitado (geralmente engenheiro ou fisioterapeuta do trabalho).


Quando Realizar uma AET?

A Análise Ergonômica do Trabalho deve ser feita:

  • Ao implantar novos postos de trabalho.

  • Em casos de adoecimento ocupacional.

  • Quando há afastamentos frequentes por LER/DORT.

  • Após modificações significativas nos processos produtivos.

  • Como parte do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).


Principais Benefícios da AET

A aplicação correta da AET gera impactos diretos e mensuráveis:

  • Redução de afastamentos e doenças ocupacionais.

  • Aumento da eficiência produtiva.

  • Adequação à legislação trabalhista.

  • Melhoria no clima organizacional.

  • Maior satisfação e motivação dos colaboradores.

Além disso, a AET pode auxiliar em decisões estratégicas sobre:

  • Automatização de tarefas.

  • Layout de setores.

  • Aquisição de mobiliário ergonômico.

  • Planejamento de turnos e pausas.


Quem Pode Elaborar a AET?

A AET deve ser elaborada por profissional qualificado, com conhecimento multidisciplinar em:

  • Engenharia de produção.

  • Fisioterapia do trabalho.

  • Psicologia organizacional.

  • Segurança do trabalho.

É comum que empresas especializadas em ergonomia ofereçam esse serviço com equipes técnicas formadas por engenheiros, fisioterapeutas e ergonomistas certificados.


AET e Mobiliário Ergonômico

Durante a Análise Ergonômica do Trabalho, muitas inadequações estão relacionadas ao mobiliário, como cadeiras e mesas. Por isso, é essencial que:

  • As cadeiras sejam ajustáveis em altura e encosto.

  • As mesas tenham espaço para pernas e braços.

  • Haja suporte para monitores em altura ergonômica.

  • O trabalhador tenha liberdade de movimento.

A substituição por mobiliário corporativo ergonômico adequado pode resolver grande parte dos problemas detectados na AET.


AET e Ergonomia Cognitiva

A ergonomia cognitiva também faz parte da AET, pois avalia:

  • Carga mental exigida.

  • Excesso de informações simultâneas.

  • Tomada de decisão sob pressão.

  • Nível de atenção sustentada.

Esses fatores impactam diretamente na segurança operacional, especialmente em áreas como control rooms, transporte, saúde e tecnologia.


Exemplos de Medidas Corretivas

Com base nos achados da AET, são propostas ações corretivas e preventivas, como:

  • Redesenho de postos de trabalho.

  • Implantação de pausas ergonômicas.

  • Treinamentos de postura e alongamento.

  • Adequação de iluminação e climatização.

  • Automação de tarefas repetitivas.


Conclusão: A Importância Estratégica da AET

Mais do que uma exigência legal, a Análise Ergonômica do Trabalho é uma ferramenta estratégica de gestão. Quando aplicada corretamente, ela reduz custos com afastamentos, melhora a produtividade e fortalece a imagem da empresa como empregadora responsável.

Além disso, a AET contribui para a sustentabilidade organizacional, ao preservar o capital humano e promover ambientes de trabalho mais justos e saudáveis.

Está em dúvida sobre qual mobiliário escolher?
A Codistoke te ajuda a encontrar os móveis corporativos ideais para transformar seu ambiente com conforto, ergonomia e estilo.
Estamos sempre com novidades
Estamos sempre com novidades