LER/DORT: O Guia Definitivo Sobre Lesões por Esforços Repetitivos
As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são problemas cada vez mais comuns no ambiente corporativo e industrial. Muitas vezes confundidos ou mal compreendidos, esses termos designam um grupo de doenças ocupacionais que afetam músculos, nervos e tendões, especialmente nos membros superiores.
Este guia definitivo foi criado para esclarecer de forma técnica, mas acessível, todos os aspectos sobre o tema.
Resumo: O que Você Precisa Saber
Tópico | Detalhe |
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O que é | Lesões causadas por repetição e esforço no trabalho |
Doenças | Tendinites, bursites, síndrome do túnel do carpo |
Causas | Movimentos repetitivos, má postura, estresse |
Tratamento | Medicamentos, fisioterapia, ergonomia |
Prevenção | Pausas, ginástica laboral, adaptação do ambiente |
Legislação | Regido por normas como a NR-17 e CID-10 |
O que é LER/DORT?
Embora muitas vezes usados como sinônimos, LER e DORT possuem nuances diferentes:
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LER (Lesões por Esforços Repetitivos): Refere-se especificamente à causa das lesões — movimentos repetitivos e contínuos.
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DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho): É um termo mais amplo, que considera a relação das lesões com o ambiente ocupacional, incluindo posturas inadequadas, ritmo de trabalho, exigências físicas e fatores psicossociais.
Causas e Fatores de Risco
As causas de LER/DORT geralmente estão ligadas ao ambiente de trabalho e aos hábitos repetitivos.
Principais fatores de risco:
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Movimentos repetitivos: como digitar, embalar, montar peças.
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Esforço excessivo: levantar peso ou aplicar força contínua.
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Postura inadequada: especialmente por longos períodos.
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Falta de pausas: ausência de intervalos para descanso muscular.
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Ambiente de trabalho mal projetado: mesas, cadeiras e ferramentas sem ergonomia.
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Fatores psicossociais: pressão por produtividade, estresse, monotonia.
Principais Doenças Relacionadas a LER/DORT
LER/DORT não é uma doença específica, mas sim um conjunto de condições clínicas.
Entre as mais comuns estão:
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Tendinite: inflamação de tendões, geralmente nos ombros ou pulsos.
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Bursite: inflamação das bursas (bolsas que reduzem o atrito entre músculos e ossos).
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Síndrome do Túnel do Carpo: compressão do nervo mediano no punho.
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Epicondilite lateral (cotovelo de tenista): dor na lateral externa do cotovelo.
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Tenossinovite: inflamação da bainha que reveste os tendões.
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Mialgias: dores musculares generalizadas, causadas por esforço ou tensão repetitiva.
Diagnóstico: Como é Feito?
O diagnóstico de LER/DORT é clínico e funcional, ou seja, feito por meio de:
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Anamnese ocupacional: entrevista detalhada sobre o trabalho e sintomas.
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Exame físico: identificação de pontos de dor, limitação de movimento, inflamação.
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Exames complementares: como ultrassonografia, eletroneuromiografia e ressonância, quando necessário.
Classificação Legal e Normatização
No Brasil, LER/DORT está contemplado pela legislação trabalhista e previdenciária:
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CID-10: as doenças recebem códigos específicos (como M75.1 para síndrome do ombro doloroso).
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CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho): deve ser emitida para garantir os direitos do trabalhador.
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NR-17: Norma Regulamentadora de Ergonomia, que orienta adaptações no ambiente de trabalho para prevenção de LER/DORT.
Tratamento: O Que Fazer Após o Diagnóstico
O tratamento pode variar de acordo com a gravidade, mas geralmente inclui:
1. Medidas clínicas
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Anti-inflamatórios e analgésicos.
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Aplicação de gelo ou calor local.
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Infiltrações em casos de dor intensa.
2. Fisioterapia
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Exercícios para alongamento e fortalecimento.
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Reeducação postural.
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Terapias como TENS, ultrassom e liberação miofascial.
3. Mudanças no ambiente de trabalho
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Adaptação ergonômica de mobiliário e equipamentos.
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Redução de ritmo de trabalho.
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Inclusão de pausas programadas.
4. Afastamento, se necessário
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Para casos mais graves, pode ser recomendado o afastamento temporário com benefícios previdenciários.
Prevenção: A Chave para Evitar LER/DORT
A prevenção é o melhor caminho, tanto para o trabalhador quanto para as empresas. Um programa eficaz deve considerar:
Boas práticas de prevenção:
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Ergonomia adequada no posto de trabalho.
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Pausas a cada 50 minutos de atividade contínua.
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Alongamentos e ginástica laboral.
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Treinamentos e conscientização.
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Alternância de tarefas repetitivas.
Impactos nas Empresas
Ignorar os sinais de LER/DORT pode causar:
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Queda na produtividade.
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Afastamentos frequentes.
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Aumento dos custos com saúde ocupacional.
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Processos trabalhistas.
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Comprometimento da imagem da empresa.
Investir em ergonomia e prevenção é também uma estratégia de gestão inteligente e econômica.
Ergonomia: O Aliado Contra LER/DORT
A ergonomia é a ciência que estuda a adaptação do trabalho ao ser humano. Aplicar ergonomia é:
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Ajustar altura de mesas e cadeiras.
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Escolher ferramentas que exijam menor esforço.
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Usar suportes para monitor e teclado.
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Promover o movimento e evitar a monotonia de funções.
Empresas que adotam programas ergonômicos têm menor rotatividade e maior engajamento.
Conclusão: Conscientizar é Prevenir
LER/DORT é uma realidade silenciosa que pode afetar qualquer trabalhador. O conhecimento técnico, somado à aplicação de medidas preventivas, é a principal ferramenta para enfrentar essa ameaça à saúde ocupacional.
Se você gostou deste conteúdo, compartilhe com sua equipe e incentive a ergonomia no seu ambiente de trabalho. Prevenir é sempre o melhor caminho!